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Afogada na tua vergonha |

A culpa não é sua. Não é isso que ouve constantemente? A culpa não é sua.

De 15 de Novembro a 1 de Dezembro 2019

Na Comuna Teatro de Pesquisa

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Prólogo:
Uma sociedade que vive ou sobrevive, consome e consome-se vorazmente, afogando o discernimento. Vive-se no mundo que todos têm razão, mas ninguém ouve, falam todos ao mesmo tempo, afogando a compreensão. Vive-se o belo, o intenso, o frio, o plástico, o frívolo, que de carne e sangue quase nada tem, padroniza-se uma humanidade na qual emergem incongruências, lacunas e carências. E depois? A depressão, os conflitos, a autodestruição.

Eduardo # 1

O ponto de partida para este espetáculo é o estímulo à discussão sobre as relações humanas. Os conflitos, os jogos de poder e a igualdade de género são alguns aspetos questionados nesta proposta. Não procuro respostas, nem tenho soluções, tenho sim, inquietações, questões.              

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Catarina #2Sinopse:
Afogada na tua vergonha mostra como o ser humano é manipulado pela sociedade, se não seguir opções maioritárias, restando-lhe então a vergonha, quando se apercebe de que não é totalmente livre ou quando se apercebe de que a liberdade também acaba por impor limites, mas ao mesmo tempo, mostra a ausência de culpa das personagens. 
Neste espetáculo, os atores submergem numa espiral de tensão interior, são duas mentes distorcidas que se confrontam num universo obsessivo, criando um frenético exercício esquizofrénico, são duas personagens dilacerantes que vivem num jogo esquizofrenicamente perverso. Imagens videos #3

Apoio:

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Ficha Técnica:
Baseado em: Sarah Kane e Roberto Corte
Dramaturgia, versão cénica, cenografia, 
desenho de luz, efeitos/musicais sonoros: João Rosa
Interpretes: Catarina Gonçalves e Eduardo Frazão
Referências musicais: Bauhaus e Joy Division
Arranjo musical: Nuno Pinto

Apoio à performance: Fábio Ramos
Fotografia cena: Carlos Almeida
Vídeos: OTL Filmes
Secretariado e produção: Sara Porto

Locais, datas e horários de apresentação:
Comuna Teatro de Pesquisa | Lisboa
Praça de Espanha
De 15 de Novembro a 1 de Dezembro de 2019
De quarta a sábado às 21h:30 aos domingos 16h:30

Informações sobre bilheteira:
Preço normal: 12,00€
Profissionais do espectáculo e estudantes de teatro: 7,50€

Classificação etária: M/16
Duração: aproximadamente 90 min.

Nota:
Este espetáculo contém:
– efeitos estroboscópio;
– linguagem ofensiva ou susceptível de ferir a sensibilidade dos espectadores;
– Fumo.

Bilhetes à venda no local ou em Bilheteira Online (BOL)
Reservas:
oficinasteatrolisboa2@gmail.com

Uma produção Oficinas Teatro Lisboa

 

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Ensaio geral solidário quinta-feira 13/11/2019 – reações:

Notas em 2017

O Marginal Ameno por Nuno Costa Santos em 16-03-17

“Afogada na tua vergonha”, com textos de Roberto Corte e Sarah Kane (sim, isto não é pa meninos), dramaturgia e encenação de João Rosa. Amor, violência, consumo, anúncios vintage, neurotransmissores, antidepressivos, solos de bateria, uma homenagem à coreografia dançante de Ian Curtis, fraseados poéticos sobre fundo rockeiro que trazem à memória Mão Morta, referências a Safo, uma frase: “a vida a comer-te bem comida”. Cantos de maldoror de um homem e uma mulher para quem o romance se tornou numa espécie de filho bastardo do bullying. Um dos momentos da peça é aquele em que cai uma perche sobre as suas cabeças, a tentar registar o que devia ficar entre os dois mas que precisa de ser captado por um mundo que não faz sequer ideia o que é a intimidade. Catarina Gonçalves e Eduardo Frazão estão portentosos no pára-arranca deste jogo de verdades que doem. Na Comuna até domingo.

Lusa 02-03-17

Lisboa, 02 mar (Lusa) – Os universos da dramaturga britânica Sarah Kane e do autor espanhol Roberto Corte formam o ponto de partida da peça “Afogada na tua vergonha”, que se estreia na sexta-feira, na Comuna Teatro de Pesquisa, em Lisboa.

A peça tem por inspiração “Dissonâncias”, de Roberto Corte, e “Psychosis”, de Sarah Kane, textos que permitem construir o encontro de um homem e uma mulher — Ele e Ela –, que discorrem em palco sobre a forma como interagem na intimidade através da informação que a sociedade lhes vai dando, e como essa informação define limites, provoca ansiedade e depressão, `mistura` que acaba por conduzir à agressividade.

“Afogada na tua vergonha” mostra como os padrões sociais dominantes se impõem e como o ser humano é manipulado pela sociedade, se não seguir opções maioritárias, restando-lhe então a vergonha, quando se apercebe de que não é totalmente livre, disse à agência Lusa o encenador, João Rosa, acrescentando: “Ou quando se apercebe de que a liberdade também acaba por impor limites”.

“Não estar do lado das maiorias deixa o ser humano um pouco sem ação, porque às vezes não sabe como agir em determinadas situações. E é isto que a peça também acaba por mostrar”, frisou João Rosa, lembrando que a dramatização é “um pouco `performativa`, já que recorre a outras linguagens”.

“Afogada na tua vergonha” mostra igualmente a ausência de culpa das personagens. “Tanto um como outro não têm culpa, porque esta não está nos atos que cada um comete, mas no que ao longo da vida a sociedade lhes foi incutindo”, observou João Rosa, que também assina a dramaturgia e a versão cénica da obra.

Nesta peça, os atores “submergem numa espiral de tensão interior”, referiu.
“São duas mentes distorcidas que se confrontam num universo obsessivo, criando um frenético exercício esquizofrénico”, indicou João Rosa, acrescentando tratarem-se de “duas personagens dilacerantes que vivem num jogo esquizofrenicamente perverso”.

“Ele e Ela acabam por ser dois seres afogados na vergonha de uma sociedade formatada, sem valores [éticos], e com [outros] valores acrescidos pela economia de consumo, pelo culto da beleza, da posse bens e da aparência”, disse João Rosa.

Para o criador, a obra serve “para refletir sobre o que somos, o que sentimos, o que nos fazem sentir, a incompreensão de que somos alvo”. “E para tentarmos [perceber] de quem é a culpa afinal”, concluiu.

One thought on “Afogada na tua vergonha |

  1. Ontem à noite fui à Comuna assistir á peça “Afogada na tua vergonha” do dramaturgo e encenador João Rosa com as interpretações de Catarina Gonçalves e Eduardo Frazão.
    Peça inspirada nas obras de Sarah Kane e Roberto Corte, e afinal de quem é a culpa? Foi a pergunta que me fiz.
    Assisti a um duelo esquizofrénico superiormente representado por aqueles dois actores e chegou a ser dilacerante a perspectiva de se não perder a individualidade perante a massificação da sociedade.
    E a massificação está tão entre nós…, e já subiu aos Céus, pois foram tantos os sonoros que se ouviam das aeronaves que rasgavam o céu ( mesmo por cima de nós ), umas prestes a concluir a sua viagem enquanto outras a iniciavam, mas a minha naquela sala foi comovidamente exausta.
    A depressão, bipolaridade e a angústia que aqueles dois felinos actores me mostraram foram a causa do meu afogamento, do afogamento da minha vergonha já que a sala ficou completamente inundada de talento.
    Os odores dos fármacos sugeriam que os inalássemos para nos distanciarmos daquela realidade, da realidade que também é nossa, da dos nossos amigos, tens amigos?
    E quis saltar para o palco para ouvir os batimentos daqueles dois corações, seriam semelhantes aos do meu? e se fossem? afinal, de quem é a culpa?

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